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Trump sofre primeira derrota eleitoral após votação para Suprema Corte de Wisconsin

Juíza liberal Susan Crawford vence candidato de Trump, Brad Schimel

Suprema Corte de Wisconsin: disputa judicial estadual se torna símbolo da primeira derrota eleitoral de Trump em novo mandato (SCOTT OLSON / Getty Images via AFP)

Suprema Corte de Wisconsin: disputa judicial estadual se torna símbolo da primeira derrota eleitoral de Trump em novo mandato (SCOTT OLSON / Getty Images via AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 2 de abril de 2025 às 07h01.

Última atualização em 2 de abril de 2025 às 07h04.

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Os eleitores de Wisconsin desferiram um duro golpe ao segundo governo de Donald Trump na terça-feira, 1º, com a eleição de uma juíza apoiada pelos democratas para a Suprema Corte do estado, apesar de Elon Musk, assessor da presidência, ter investido milhões de dólares na campanha do candidato rival.

Dois meses após seu retorno à Casa Branca, Trump celebrou, pelo menos, a vitória em duas eleições parciais para a Câmara de Representantes na Flórida, cujas cadeiras continuarão com o Partido Republicano.

Mas no primeiro teste eleitoral real de seu segundo mandato, ele foi derrotado: o candidato que Trump e os republicanos apoiavam, Brad Schimel, perdeu para a juíza liberal Susan Crawford, segundo a imprensa americana.

Na Flórida, duas cadeiras na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos estavam em jogo nesta terça-feira para cobrir as vagas deixadas pelo assessor de Segurança Nacional de Trump, Mike Waltz, e do então candidato a procurador-geral Matt Gaetz, que acabou não assumindo pasta.

Segundo projeções da imprensa, os republicanos ganharam e Trump celebrou as duas "amplas" vitórias, enfatizando seu "apoio" aos candidatos.

O magnata não disse nada, no entanto, sobre o resultado na disputa para a Suprema Corte de Wisconsin e preferiu falar sobre a adoção, em um referendo organizado no mesmo dia, de uma medida que obriga os eleitores a apresentar um documento de identidade com foto para poder votar.

"É uma grande vitória para os republicanos, talvez a maior da noite", escreveu.

Musk e a aposta na Justiça estadual

Musk também não reagiu à derrota de Schimel e celebrou apenas o resultado do referendo. "Era o mais importante", escreveu em sua rede social X.

O bilionário, que lidera os severos cortes nos gastos públicos da administração Trump, viajou a Wisconsin para tentar aumentar o apoio a Schimel.

Se ele vencesse, a máxima instância judicial deste estado dos Grandes Lagos se inclinaria para a direita.

"É como uma daquelas situações estranhas em que uma eleição aparentemente pequena pode determinar o destino da civilização ocidental aqui", afirmou o homem mais rico do mundo em um debate em sua rede social X na terça-feira.

O também CEO da Tesla e da SpaceX está preocupado que a Suprema Corte de Wisconsin possa reequilibrar o traçado dos distritos eleitorais a favor dos democratas.

Disputa milionária e impacto político

Para ilustrar o que estava em jogo em Wisconsin, a campanha pela Suprema Corte bateu um recorde de gastos, em particular com publicidade e tentativas de aumentar a participação, especialmente por parte de Musk.

No domingo, o empresário entregou cheques de 2 milhões de dólares (11 milhões de reais) aos eleitores no palco de um comício em apoio a Schimel, uma iniciativa que os democratas consideraram ilegal.

Segundo o Brennan Center da Universidade de Nova York, esta foi a eleição judicial mais cara da história dos Estados Unidos, com mais de 90 milhões de dólares (516 milhões de reais) gastos na campanha.

Schimel e seus apoiadores gastaram mais de 53,3 milhões de dólares (302 milhões de reais), incluindo 12,2 milhões (69 milhões de reais) do comitê de ação política de Musk. A campanha de Crawford e seus apoiadores desembolsaram 45,1 milhões de dólares (R$ 256 milhões).

Em pouco mais de dois meses no cargo, o bilionário republicano definiu o tom de como será sua presidência. Além de desmantelar agências federais e demitir milhares de funcionários por meio da comissão liderada por Musk, Trump assinou centenas de decretos que envolvem energia, migração, diversidade, aquecimento global, entre outras questões.

As pesquisas apontam uma queda relativa em sua popularidade, mas o presidente de 78 anos ainda não havia enfrentado nenhum desafio nas urnas.

Os democratas, por sua vez, estão à deriva desde que perderam a presidência para Trump, assim como a maioria na Câmara e no Senado, em novembro.

Na Flórida, eles foram derrotados por margens percentuais de dois dígitos nas duas eleições especiais.

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